Orientações e esclarecimentos sobre cirurgia refrativa


Orientações e esclarecimentos sobre cirurgia refrativa  


Introdução
A moderna cirurgia refrativa (miopia, astigmatismo e hipermetropia) é realizada com o Excimer Laser, uma tecnologia altamente sofisticada, empregada na Europa e nos Estados Unidos já há vários anos e aprovada no Brasil, pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1995. No Hospital Banco de Olhos (www.hospitalbancodeolhos.org.br), utiliza-se o Allegretto Wave Light, um dos aparelhos mais modernos do mundo para esta cirurgia (www.alconsurgical.com/wavelight-allegretto-wave-eye-Q-laser.aspx).

Como você sabe, toda a cirurgia envolve benefícios e riscos eventuais associados e o objetivo deste informativo é orientar você e esclarecer dúvidas relativas ao procedimento cirúrgico no qual você está interessado.

Objetivo da cirurgia:
Diminuir a dependência em relação ao uso de óculos ou lentes de contato.

Pré-requisitos:
-Apresentar grau estável
-Realizar exames prévios necessários, conforme orientação médica (topografia, paquimetria e microscopia especular corneana, bem como tonometria e fundoscopia sob midríase)
-Não apresentar doença corneana (como ceratocone, por exemplo)

Contra-indicações:

Não é operado quem:

-Não tem grau estável
-Não realiza os exames pré-operatórios prévios
-Apresenta ceratocone
-For menor de 18 anos
-Tem visão monocular (contra-indicação relativa)
-Tem herpes zoster oftálmico ou outras doenças oculares

Avaliação pré-operatória:
Para você poder fazer a cirurgia é necessário uma avaliação criteriosa do seus olhos. Para isto, é importante que você não utilize lentes de contato por pelo menos duas semanas antes do seu exame.

Utilizar lentes por um período menor que 2 semanas pode interferir no resultado desta avaliação e, conseqüentemente, no resultado visual final. Caso os exames realizados estejam normais, eles habilitam você como candidato à cirurgia refrativa.

Exames pré-óperatórios normais não predizem o resultado pós-operatório. Apenas indicam que você está apto a se submeter ao procedimento em questão.

Antes da cirurgia:
Você deve discutir com o médico a respeito da sua cirurgia, ler com atenção a estes esclarecimentos e não se sentir pressionado, quer seja pelo médico, pelos familiares ou por amigos, a fazer a cirurgia.

Você é quem deve tomar a decisão de operar ou não operar. Considere as vantagens, as desvantagens, os riscos e os benefícios da cirurgia. Pergunte sempre que estiver com alguma dúvida.

Caso você decida em fazer a cirurgia, é importante que você não utilize cremes, maquiagem, perfumes ou loções, um dia antes e no dia da cirurgia.

No dia marcado de sua cirurgia, procure ir com alguém até o hospital e programe-se para não precisar dirigir após a sua cirurgia. Você estará com a visão um pouco turva, eventualmente com um oclusor ocular (protetor plástico) e sob efeito de um tranqüilizante leve (benzodiazepínico).

Procure não marcar compromissos sociais ou de trabalho após a sua cirurgia.

A partir do dia seguinte, você poderá retornar às suas atividades profissionais e sociais de rotina. A recuperação da visão é lenta e gradual e demora até 4 meses depois do procedimento. Tenha paciência para obter o resultado ao longo do tempo.

Como é feita a cirurgia:
O procedimento cirúrgico é realizado com anestesia local (colírio), sendo relativamente rápido e em caráter ambulatorial. Durante a cirurgia pode haver sensação de leve pressão no globo ocular, que passa rapidamente. Após a cirurgia, você pode ir para casa.

Técnica para a aplicação do laser:
O laser pode ser aplicado na córnea de duas formas diferentes. Existe a técnica LASIK e a técnica PRK. No LASIK, realiza-se uma delaminação na córnea (“flap”),através de um aparelho denominado de microceratótomo (HansatomeÒ) com cerca de 1/3 da espessura corneana, e aplica-se o laser na parte restante da córnea (leito), abaixo do “flap”. Logo a seguir, reposiciona-se o “flap” no seu lugar original.

Inicialmente, é aplicado um anel para fazer um vácuo (sucção e preensão do olho), que chega geralmente a 65 mm de mercúrio ou mais. Você irá, neste momento, sentir um pequeno desconforto e a luz vermelha que você estava, até este momento olhando, irá desaparecer. Será iniciado, a seguir, o procedimento de confecção do flap da córnea, através do instrumento chamado microceratótomo, o qual estará conectado ao anel de sucção.

Após esta etapa, será liberado o vácuo e você voltará a ver, embora difusamente, a luz. O flap é levantado, rebatido e se aciona o mecanismo de seguimento (“tracking”) do olho, o qual “persegue” qualquer movimentação ocular, vezes por segundo. A partir deste momento, tudo o que você precisa fazer é ficar olhando a luz acima de você e não mexer a cabeça. Você sentirá um cheiro diferente e um som parecido com um estalido, repetidas vezes. Isto é o laser atuando na córnea.
O computador acoplado ao laser estará comandando a quantidade, intensidade e número de disparos necessários para corrigir o seu grau, de acordo com os dados do seu exame prévio.

Na técnica do PRK, ao invés de criarmos um “flap”, a parte mais superficial da córnea (epitélio) é removida e aplica-se o laser no leito da córnea. O epitélio que foi removido precisa de 5 a 7 dias para se regenerar. O tempo de recuperação da acuidade visual é mais lenta no PRK devido à necessidadeda de epitelização completa para adequada visão. Normalmente, são necessários de 30 a 120 dias para a recuperação adequada da visão no PRK. Alguns pacientes, podem demorar até mais tempo.

A indicação de qual tipo de técnica depende de uma série de fatores que são levados em conta pelo médico. Fique tranqüilo, pois a melhor técnica para o seu caso em particular, será a técnica empregada.


Diferenças entre as técnicas:

LASIK
- recuperação visual mais rápida no pós-óperatório
- menor dor e desconforto no pós-operatório
- menor possibilidade de opacidade da córnea (cicatrização excessiva ou “haze”)
- geralmente não necessita lente de contato para proteção no pós-operatório
- pode ocorrer epitelização entre o “flap” e o restante da córnea
- existe possibilidade de eventual complicação com o “flap”


PRK
- recuperação visual mais lenta no pós-operatório
- maior desconforto no pós-operatório
- maior possibilidade de opacidade de córnea (cicatrização excessiva ou“haze”).
Em graus até 3 dioptrias de miopia, praticamente inexiste a ocorrência de haze.
- necessidade de uso de lente de contato para proteção no pós-operatório
- não há “flap” (vantagem em relação ao LASIK)


A escolha da técnica (LASIK ou PRK) dependerá da análise dos exames e do perfil do paciente (incluindo o seu grau de ametropia, espessura corneana, tamanho do olho, fenda palpebral, exposição ocular) a ser submetido à cirurgia refrativa.

Caso haja algum problema durante a confecção do flap corneano, a cirurgia poderá ser suspensa e remarcada para um outro dia.

Algumas vezes, o médico programa para realizar uma determinada técnica cirúrgica, mas no momento da operação, por razões diversas, pode ser necessário alterar a programação inicial e mudar a técnica.


Após a cirurgia:
Procure seguir todas as recomendações médicas para que a sua recuperação seja a melhor possível.

É importante que você não esfregue o olho operado após a cirurgia. Sobretudo, nos primeiros 10 dias.

Utilize os colírios de acordo com a receita. Caso recomendado, utilize um oclusor para proteção, de acordo com as orientações.

Evite piscina ou banho de mar por 1 mês.

Não faça esportes de contato (artes marciais, futebol, basquete) por 1 mês.

Se for colocada uma lente de contato após a sua cirurgia, não tente reposicioná-la caso ela se desloque ou caia do olho.

Mantenha o olho fechado e entre em contato por telefone.

Caso tenha dor muito importante, diminuição súbita da visão ou olho muito vermelho, entre em contato com o Dr. Roberto Freda.


Recuperação da visão:
Com o Lasik, a recuperação visual é mais rápida, embora haja variação individual. Sensação de leve dor, desconforto, lacrimejamento podem ocorrer, sobretudo nos 3 primeiros dias. Sensibilidade à luz, olhos ressecados e visão borrada, podem ocorrer na primeira semana. Na técnica de PRK, a recuperação é mais demorada. Dificuldade de dirigir à noite, halos ao redor de luzes e flutuação da visão podem ocorrer nos 6 primeiros meses. A visão pode flutuar ao longo dos dias e semanas. Fique ciente que a melhora ocorre ao longo de semanas e meses.

Limitações e Complicações:
Dependendo do grau do paciente e da espessura de sua córnea, alguns candidatos ao Excimer Laser não podem ser submetidos ao procedimento cirúrgico.

Poderá ser necessária uma nova intervenção cirúrgica (cirurgia de “retoque”) para corrigir grau residual. Esta eventual cirurgia adicional não corrige problemas de halos ao redor de luzes. Os custos desta eventual cirurgia correm por conta do paciente.

O grau final após a cirurgia dependerá do seu processo de cicatrização. Alguns pacientes podem ficar com grau residual que necessite uso de óculos ou lentes de contato.

Não são todos os pacientes que atingem acuidade visual de 20/20 (normal) após a cirurgia. Alguns pacientes têm visão 20/20 mas referem diminuição do contraste de cores. O processo de cicatrização é muito individual, dependendo de cada pessoa.

Não compare a sua recuperação com um conhecido, amigo ou colega que tenha feito a cirurgia. Algumas vezes, existe variação mesmo de um olho para o outro em termos de recuperação.

A cirurgia, por uma série de razões, poderá ser abortada (interrompida), sendo retomada em momento posterior oportuno, de acordo com as condições clínicas.

Atenção: Pessoas acima de 40 anos, mesmo após a cirurgia, precisam usar óculos de leitura ou visão de perto. De qualquer forma, você irá precisar usar óculos para ler de perto depois dos 40 anos de idade.

Como em qualquer procedimento, existem riscos potenciais associados à cirurgia. Embora raros, é importante que você tenha conhecimento da possibilidade de eventual ocorrência de complicações.


São complicações possíveis:

Infecção:
Apesar de extremamente rara (1:1000 a 1:2000), existe a possibilidade de infecção. Em casos severos, pode comprometer severamente a visão.

Dor e desconforto após a cirurgia:
Pode ocorrer, sobretudo nas primeiras 72 horas.

Halos ao redor de luzes e ofuscamento noturno:
Podem ocorrer, principalmente nos pacientes com pupilas muito grandes. Diminuem com o passar do tempo, embora não totalmente em alguns pacientes.

Opacidade de córnea (“haze”):
É uma alteração na transparência da córnea, devido à cicatrização excessiva. Tende a melhorar, embora não totalmente, às vezes, ao longo do tempo.

Hipocorreção:
É a correção menor do que a desejada ou planejada (por exemplo, corrigir somente 3 graus de 4 graus planejados para a cirurgia). Pode ocorrer em alguns pacientes.

Hipercorreção:
Correção acima da que foi programada. Não é comum.

Dificuldade visual:
Ocorre sobretudo nos primeiros dias e é mais importante nos pacientes submetidos a PRK.

Hipertensão ocular:
Alguns pacientes podem apresentar aumento de pressão intra-ocular no pós-operatório.

Diminuição da capacidade visual:
Em casos raros, pode haver diminuição da acuidade visual, mesmo com o uso de óculos ou lente de contato, após a cirurgia, decorrente de complicações inerentes ao procedimento.


Lembre-se: a cirurgia não estabiliza a evolução do grau!


 A recuperação da visão é um processo lento !




Converse com o Dr. Roberto Freda a respeito de qualquer dúvida eventual que tenha restado.